Ethan Grant

-Ele só tinha doze - engoli em seco e decidi parar com aquilo, assentindo com as palavras de Franckie - obrigada - agradecia pela milésima vez e olhei para as horas meio assustada - eu tenho que ir - aproximei-me dela e beijei-lhe a testa - obrigada mesmo, por tudo - disse baixinho.

Afastei-me dela devagarinho, tocando-lhe com os dedos nas bochechas molhadas e assenti com um suspiro baixinho.
- Não me precisa de agradecer, eu quero vê-lo bem.- sorri e estiquei-me para lhe conseguir beijar a bochecha.- ahm..só uma coisa, como é que eu posso falar consigo? - mordi o lábio.- depois, se for preciso alguma coisa? - fiz uns gestos estranhos com as mãos.

Sorri com o seu beijinho na bochecha e abanei a cabeça tentando pensar em alguma coisa - Podes falar com a Anne ou então pedir para me ligar, eu vou dizer a alguém para te deixar telefonar - sorri-lhe - de qualquer forma se falares com a minha irmã ela consegue contactar-me logo

Toquei no seu cabelo com um dedo, devagarinho e por momentos, lembrei-me da minha mãe ao olhar para ela. Suspirei baixinho, baixando o olhar, mas acabei por levantá-lo, assentindo.
- Está bem, eu falo com a Anne.- murmurei baixinho e dei-lhe mais um beijinho antes de me afastar.- obrigada por ter vindo.- foi a minha vez de agradecer.- ainda bem que isto foi esclarecido.

Sorri com o que ela disse e dei-lhe mais um beijo na cabeça.
-Obrigada eu Franckie - disse muito sinceramente começando a afastar-me depois de lhe dizer adeus com a mão. Finalmente ia ter alguém que me ajudasse, sem ser a minha irmã.

*Ethan*
Agarrei num dos blocos que tinha e comecei a desenhar qualquer coisa que me vinha a cabeça, as vozes andavam sossegadas, pelo que tudo o que estava a ser desenhado não era nada de... mau?

Saí daquela sala depois da mãe de Ethan ter ido embora e dirigi-me logo para o seu quarto, ainda tinha de pensar numa maneira de lhe dizer que a sua mãe tinha estado cá. Suspirei baixinho só de imaginar a sua reacção e bati na porta do seu quarto quando lá cheguei, abrindo-a depois. Sorri por estar acordado e entrei, aproximando-me dele.
- Voltei.- sorri-lhe.

Levantei o olhar para a porta assim que a vi abrir-se e fechei o meu caderno, pousando-o na cama enquanto a vi-a entrar. - Quem era? - perguntei curioso, mas depois pensei melhor e achei que era melhor não, eu não tinha nada a ver - esquece - abanei a cabeça com um sorriso - queres voltar para o jardim? - perguntei-lhe, só ia se ela fosse porque tinha-me metido a desenhar para não adormecer, estes comprimidos eram mais fortes e se eu fechasse os olhos por mais de dois segundos adormecia.

Entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim e fiquei a olhá-lo, sem saber muito bem o que dizer. Eu queria contar-lhe, até porque achava que nós não tínhamos segredos, mas este era um assunto complicado. Aproximei-me dele, ignorando as suas perguntas e quando cheguei ao pé da cama, agarrei-lhe na mão.
- Se eu te quisesse contar, prometias que não te passavas? - perguntei baixinho.- mesmo se fosse uma pessoa que te mete triste?

Juntei as sobrancelhas quando vi que estava meio preocupada, encostei-me mais ao lado da parede assim que me veio agarrar na mão e abanei a cabeça para responder à sua pergunta, não lhe podia prometer algo que não sabia.
-Quem era?

Suspirei quando Ethan abanou a cabeça e tal como eu pensava, ele não podia prometer nada, eu também não poderia se estivesse na situação dele, por isso, apenas assenti. Mordi o lábio com força e subi o meu olhar para o seu, engolindo em seco antes de abrir a boca para falar.
- Era..- vá Franckie, tu consegues.- a tua mãe.

Eu agora queria mesmo saber, era mau, e eu conhecia, só não estava a ver quem era. Encolhi-me assim que disse que era a minha mãe e afastei a minha mão da dela, encostando-me à parede enquanto a olhava.
-O que é que ela te queria?

Baixei o olhar para as nossas mãos, vendo-o afastar a dele e engoli em seco, abanando a cabeça, isto não ia correr bem, até tinha medo. Eu ia dizer-lhe as coisas com calma, só esperava que ele não achasse que eu não acreditava nele.
- Tem calma.- pedi baixinho.- ela veio falar-me de ti Ethan..- mordi o lábio.- ela está desesperada.- disse no mesmo tom e subi, devagar, o olhar para ele.

Encolhi as pernas, agarrando nas mesmas e engoli em seco, a minha mãe, a minha mãe veio fazer o quê? As vozes voltaram. Esfreguei os olhos para as tentar afastar e quando me consegui concentrar em Franckie abanei a cabeça de uma forma confusa - o que é que ela quer de ti? - perguntei - veio dizer coisas sobre mim não foi? - perguntei já a imaginar tudo.

Abanei a cabeça mal o vi já todo encolhido. Não, não, não era assim que eu queria que as coisas corressem. Voltei a aproximar-me dele, agarrando-lhe na cara e fiz com que ele olhasse para mim.
- Ela só quer ajuda Ethan.- murmurei baixinho.- não foi ela que te disse aquelas coisas.- abanei a cabeça, sem saber como dizer.- foram as vozes, ela ama-te.

Assim que ela se aproximou de mim, olhei-a abanando a cabeça constantemente, não podia ser, ela tinha que acreditar em mim.
-Porque é que não acreditas em mim? - perguntei com os olhos a arder - ela disse - murmurei assentindo -ela estava a mentir quando te falou.

Eu não devia ter dito aquilo, eu devia ter começado a dizer as coisas por partes, com mais calma. Burra. Senti o meu coração apertar-se quando percebi que os seus olhos estavam prestes a encherem-se de lágrimas e abanei a cabeça.
- Eu acredito em ti Ethan.- falei baixinho.- eu acredito.- disse. Eu acreditava nele, só não acreditava nas vozes, e sabia que tinham sido elas, mas ele não tinha culpa.- só acho que podias falar com ela, pelo menos uma vez.- mordi o lábio.

Abanei a cabeça quando disse que acreditava em mim e agarrei nas minhas pernas encostando a minha bochecha às mesmas - não quero -disse com o queixo a tremer, limpando os olhos antes que começasse a chorar - ela é ma, eu não gosto de pessoas más - estremeci quando me lembrei das coisas que ela me tinha dito.

Pronto, eu já tinha percebido que não podia resolver este assunto desta forma. Calei-me mal o vi ficar pior e aproximei-me, abraçando-me ao seu corpo.
- Esquece o que eu disse.- murmurei baixinho.- não tens de ir ter com ela.- tinha sim.- eu acredito em, está bem?

Mordi a parte de dentro da bochecha encostando a cabeça ao seu pescoço assim que ela disse que acreditava em mim e me abraçou. - ela deixou-me aqui e disse coisas más, eu não a quero voltar a ver - encostei-me mais a ela. Passei as mãos pela cabeça por não me deixarem em paz - doi-me a cabeça - queixei-me.

Subi as mãos até ao seu cabelo, fazendo-lhe festinhas no mesmo e suspirei com as coisas que ele dizia. Eu sabia que ele não tinha culpa, mas agora eu sabia que não tinha sido a mãe dele.
- Tem calma.- pedi baixinho.- não a vais ver.- mordi o lábio. Odiava mentir-lhe, se bem que não o estava bem a fazer, mas precisava de pensar numa maneira de o conseguir levar a ela.- queres dormir um bocadinho? - perguntei baixinho.- eu deito-me contigo.

Fechei os olhos com as suas festinhas no meu cabelo, aquilo fazia-me sentir melhor, agarrei-me mais ao seu corpo e enrosquei-me assentindo com a cabeça quando me perguntou se queria dormir, eu não queria, mas queria que ela se deitasse comigo. Olhei para as mantas e puxei-as para cima de mim, encotando a cabeça entre as almofadas e o seu corpo, encolhendo-me numa bolinha.

Subi para a cama com ele, aconchegando-me debaixo das mantas e aconchegando-o em mim e dei-lhe um beijinho no topo da cabeça. Se o arrependimento matasse..eu nunca devia ter falado daquilo daquela forma, devia ter esperado. Suspirei baixinho, ao ver o seu estado e puxei-o mais para mim, para que sentisse que eu estava ali.
- Eu amo-te.- disse baixinho, só para ele e voltei a levar as mãos ao seu cabelo, fazendo as festinhas que ele gostava.

Encostei-me mais a ela quando me puxou para si e agarrei-lhe na camisola, fechando os olhos e enfiando a cabeça debaixo das mantas. Abri os olhos assim que ela disse que me amava e fiz um esforço até a olhar - eu também - disse baixinho fechando os olhos enquanto sentia as suas festinhas no meu cabelo.

Assenti quando disse que também me amava, sorrindo muito ao de leve, e suspirei baixinho, ficando completamente coladinha a ele. Ajeitei as mantas de modo a que ele conseguisse respirar debaixo delas e continuei com as festinhas, esperando que assim ele acalmasse. Estava a odiar-me naquele momento.

Estava quase a adormecer, mas abri logo os olhos - porque é que acreditaste nela? - perguntei - porque é que duvidaste de mim? Eu não sou maluco, eu sei o que ela me disse - encolhi-me mais. - Eu juro, eu juro que ela falou mal para mim, ela disse que não gostava de mim - mordi o lábio com força.