Bar

Ri-me com o que ele disse enquanto pegava nos talheres para comer a salada que era para mim - Tu já és o galo da minha capoeira, franguinho. - levei uma garfada à boca e estiquei as pernas em cima do colo dele, esticando o garfo cheio de alface na sua direção - Obrigada.

-Espero ser sempre - sorri levemente acabando a primeira tosta mista. Olhei para ela a comer salada e contive-me para não dizer o que queria, mas acabei por não conseguir - não és uma galinha, és uma largatinha - toquei-lhe na bochecha enquanto me ria - a comer salada - sorri-lhe abrindo a boca para comer a alface que ela me estendia - de nada- sorri.

- Sempre. - repeti com um sorriso. Semicerrei os olhos quando me chamou lagarta e fiz-lhe um pirete. Pousei os talheres e cruzei os braços no peito, enquanto olhava para a ele - A lagartinha entrou em dieta. - encolhi os ombros e deitei-lhe a lingua de fora enquanto o olhava com ar desafiador e amuado.

Olhei para o seu olhar e mordi o lábio a pensar na segunda intensão daquela frase - não lagartinha, come - estiquei de novo o garfo para ela - a falar a sério, come, depois nós falamos da outra situação - semicerrei os olhos com um sorriso malandro. - és a minha galinha - disse abanando a cabeça.

Tentei não me rir quando ele falou "na outra situação" e mordi o interior da bochecha com força para não o fazer - Não. Dieta. Completa. - encolhi os ombros e fechei a boca quando esticou o garfo na minha direção - Lagartinha agora, lembraste? - cruzei as pernas que tinha em cima dele e encolhi os ombros.

Revirei os olhos e puxei a cadeira dela na minha direcção com alface na ponta do garfo, olhei-a com um sorriso maroto e passei as mãos pelas suas pernas cruzadas - anda lá - fiz olhinhos e uma espécie de quase beicinho encostando a alface à sua boca - só um bocadinho, por mim.

Mordi o interior da bochecha com força e virei a cara assim que ele passou as mãos pelas pernas que eu tinha em cima do seu colo e fez olhinhos e beicinho. Abanei a cabeça quando aproximou o garfo da minha boca e continuei com os braços cruzados. Acabei por comer aquilo que ele me estendia e revirei os olhos - Não como mais. Dieta de todo o tipo a partir de agora.

Sorri quando ela comeu, acabando por revirar os olhos quando a ouvi - não sabia que as largartas estão de dieta - resmunguei - que eu saiba eles já comem todo o tipo de coisas de dieta - olhei para os seus olhos com cara de mau e apertei-lhe sem força a bochecha - come o resto.

Voltei a deitar-lhe a lingua de fora e revirei os olhos enquanto voltava a pegar no garfo. Dei-lhe com o calcanhar na perna e voltei a cruzar as pernas que tinha no colo dele quando recomecei a comer - És mesmo chato, frango. Naquilo em que eu me meti quando te quis aturar. - abanei a cabeça - Devias trazer avisos no pacote.

Encolhi os ombros com o que ela disse - já te disse que podes pôr-me de volta no pacote e envia-lo de volta por defeito de fabrico, - disse dando-lhe festinhas nas pernas. Está bem que não tinha dito daquela maneira, mas já tinha dito que ela podia deixar-me, desde que fosse para o bem dela, e só para o bem dela.

Mordi o lábio inferior enquanto olhava para ele e deixei cair o garfo na mesa. Afastei a cadeira para trás e fui até ele, sentando-me no colo do King. Agarrei-me a ele, com a cabeça deitada no seu ombro e abanei a cabeça, sentindo-me quase a chorar. Andava demasiado sensivel depois do que nos tinha acontecido - Não quero. Eu gosto do meu frango com defeito de fabrico.

Olhei-a assim que a vi com olhos de choro e passei os lábios pela sua testa abraçando-a - desculpa - murmurei por ter falado daquela maneira. Suspirei fechando os olhos, só fazia merda, que nervos, como é que ela podia sequer gostar de mim? - também te amo largatixa - murmurei.

Agarrei-me a ele com força e abanei a cabeça quando me pediu desculpa - Não tens de pedir, só quero que te lembres que te amo e quero ficar contigo. - fechei os olhos e encostei bem a cara ao peito do King. Sorri levemente quando me chamou de lagartixa e mordi-lhe o peito - Eu sei frango.

Assenti com a cabeça, era impossível não a amar, toda a gente a amava, era só preciso conhecê-la. Se calhar havia alguém melhor para o fazer, alguém melhor que eu. Mordi o lábio para não começar a pensar nessas coisas outra vez e olhei-a com um meio sorriso - não me vou esquecer disso - a menos que digas que me odeias outra vez, acrescenti mentalmente.

Assenti com a cabeça enquanto lhe sorria levemente e passei as costas das mãos pelas minhas bochechas que estava ligeiramente molhadas. Voltei a encostar-me bem a ele, a agarrar a sua camisola na minha mão e fechei os olhos por um bocadinho, não o querendo largar - Tens de ir ao treino. - disse-lhe enquanto me preparava mentalmente para o deixar.

Suspirei quando a ouvi dizer que tinha que ir ao treino. - Eu posso faltar hoje - encolhi os ombros abraçando-a com força, não a queria deixar triste por minha causa, outra vez não. Mesmo assim, levantei-me com ela ao colo para a levar até ao meu quarto, pelo menos aí ninguém nos via.

Abanei a cabeça quando falou em faltar e agarrei-me melhor a ele quando se levantou comigo ao colo - Não, franguinho. É o primeiro dia, tens de ir. Eu fico à tua espera. - disse com um sorriso enquanto me esticava para lhe beijar o pescoço e me deixava estar sossegadinha no caminho para o quarto dele.

Agarrei-me ao pescoço do King e controlei-me muito para não o empurrar de volta para o quarto. Acabei por me encostar apenas a ele de mão dada e puxei-o para uma mesa vazia assim que chegámos ao bar - Tens de comer bem para teres energia no treino. - disse armando-me em mãe dele.

Apertei-lhe ligeiramente a mão olhando-a e dando-lhe um beijo leve nos lábios. - Eu sei Phoe - disse baixinho, virando-me depois para a mulherzinha do bar que eu gostava de assustar. Desta vez tinha um sorriso, devia-me ter visto a ser querido com a Phoe - quero o mesmo de sempre - encolhi os ombros, elas já sabiam.

Não tinha muita fome ao contrário do costume por isso deixei-me ficar sentada na cadeira quando o King foi pedir o que queria comer à mulher que tinha assustado da outra vez. Abanei a cabeça enquanto sorria e olhava para ele e não me apeteceu sair da clinica e deixá-lo. Mas ele ia estar ocupado e eu tinha saudades da minha família, tinha de os visitar.

Agarrei nas coisas assim que a mulherzinha me deu e olhei para Phoebe - não queres nada? - perguntei - pelo menos garante-me que comes alguma coisa em casa - resmunguei começando a ir para a nossa mesa, sentando-me na cadeira e agarrando na sandes para a começar a comer, estava esfomeado.

Fiquei a olhar para ele e ri-me assim que ele ficou todo resmungão por causa de mim - Eu prometo que como em casa. - disse-lhe enquanto me ria. Estiquei-me até roubar um bocadinho da comida dele e fiz um sorrisinho inocente, enquanto lhe fazia olhinhos - Amo-te muito. - disse com um sorriso fofo.

Sorri quando prometeu que comia em casa e puxei a sua cadeira em direcção à minha e roubei-lhe um beijo depois de me roubar um bocado da minha comida esticando-lhe para que ela tira-se mais - podes comer à vontade - sorri-lhe e encostei-me mais a ela quando disse que me amava - Eu também Phoe - murmurei.

Encostei-me a ele, com a cabeça no seu ombro e abanei a cabeça assim que o King esticou a sandes para mim - Não quero, franguinho. - sorri quando ele disse que também me amava e assenti com a cabeça, roçando o nariz na sua bochecha e dando-lhe beijinhos na mesma de seguida.

Continuava com aquelas perguntas estúpidas que ainda não tinha conseguido responder. O que é que ela via em mim? Como é que ela não tinha medo de acabar morta? E coisas assim, mas só agradecia por ela não ter medo e gostar mesmo de mim, aliás, amar-me.-Queres sim - juntei as sobrancelhas e fiz-lhe olhinhos triste - uma dentada para não ires para casa dos teus irmãos sem comer nada - sorri-lhe quase enfiando a sandes na sua boca.