Jardim

Mordi o lábio inferior quando percebi que o King não estava bem com aquela novidade por isso meti-me à frente dele antes que houvessem problemas, encostando-me ao peito dele e agarrei-lhe nos braços pela zona dos antebraços - Depois falamos sobre isso. - disse ao Tobias com um pequeno sorriso - Nós vamos voltar para o quarto, até logo. - agarrei na mão do King e puxei-o com força para que saíssemos do jardim e voltássemos para a clínica.

Só parei porque sabia que podia magoar Phoebe que como sempre tinha-se armado em salvadora da pátria e meteu-se no meio. O meu coração estava a bater tão rápido e com tanta força que conseguia senti-lo sem levar a mão ao peito. Tobias estava parado no mesmo sítio e eu fui puxado meio à força por Phoebe - Tens que parar de te pôr no meio - disse num tom zangado mas baixo - e eu não quero ir para o quarto. - levei a cabeça para trás.

- E tu tens de parar de te comportar assim. - resmunguei e continuei a puxá-lo mesmo quando ele disse que não queria voltar para o quarto - Bem, se não voltarmos para o quarto vamos para outro sítio. - abanei a cabeça com um suspiro e acabei mesmo por não o puxar para a clínica mas para um canto mais resgardado do hospital para onde ninguém ia e por isso podíamos ficar à vontade e longe de problemas esperava eu.

"-E tu tens de parar de te comportar assim." Mordi o interior do meu lábio com força e fechei os olhos por um segundo enquanto ela me levava não sei para onde. Sim, eu tinha que parar de me comportar assim. Se conseguisse eu parava, mas era difícil quando ele se atirava à minha namorada. Olhei para trás para ver se andava por ali alguém e percebi que não. Sentei-me numa rocha assim que consegui e cerrei o punho que lhe tinha dado o murro passando esfregando a outra mão no mesmo. - Porque é que ele vai embora e eu não? - perguntei.

Olhei para o King quando se sentou numa rocha e sentei-me ao lado dele a olhá-lo. Suspirei com a sua pergunta, por já saber que parte do motivo por ele se ter passado ter sido aquele - Tu também vais. - relembrei-o - Vamos falar com a Laurel para resolver isso, lembraste? - agarrei na mão dele e entrelacei os nossos dedos, encostando-me ao King - Tu sabes que o teu caso é complicado, se não for o mais complicado daqui. - ele tinha morto os pais e ainda tinha morto cá dentro da clínica, o segurança que tinha deixado que eu fosse violada aqui dentro. Isso tornava tudo bastante complicado.

Cerrei o maxilar, com tanta força que até tive medo de partir os dentes, quando ela disse que o meu caso era complicado. - É, se calhar eu sou o psicopata aqui - disse olhando para as minhas mãos e engolindo em seco. - Não é justo - murmurei cerrando-as em punho e juntando uma contra as outras. - Deve ser pelo meu caso ser o mais complicado que a Laurel não vai conseguir.

- Não sejas assim, King, as coisas vão resolver-se e tu vais sair daqui. - suspirei e deixei-me cair para trás, para a relva. Virei a cara na direção dele e mordi o interior da bochecha - Tu também vais conseguir sair daqui, a Laurel vai ajudar-te e vamos lá para casa, como já falámos. - estiquei a minha mão na direção dele - Por favor, vamos falar noutra coisa. Estávamos bem e animados antes do Tobias aparecer.

Passei as pontas dos dedos pelos nós dos meus dedos, da mão que ainda estava em forma de punho, e suspirei quando ela me tocou a pedir para mudarmos de assunto. E ela tinha razão, ultimamente não falavamos de outra coisa, mas também era impossível pensar noutra coisa. - Está bem - disse levantando-me da pedra e sentando-me na relva a seu lado.

Sorri quando o King se veio sentar ao meu lado e encostei-me a ele, agarrando na mão dele e entrelaçando os nossos dedos - Temos de combinar outro encontro com os teus irmãos. - disse com um sorriso e dei-lhe um beijinho no maxilar para ver se o conseguia distrair do assunto do Tobias e da saída dele - Assim podíamos estar juntos com eles nem que fosse só por um dia.

Olhei para as nossas mãos entrelaçadas e passei os dedos da outra mão pelos mesmos acariciando-os. Assenti com a cabeça meio distraído quando ela falou nos meus irmãos - onde? - perguntei depois mais tarde, não tinha percebido visto que ela tinha dito da outra vez que tinhamos que os levar a casa dela - em tua casa ou aqui? - perguntei.

Encolhi os ombros com a pergunta dele - Tanto faz. Só acho que precisas de te animar e eles são o remédio ideal. - disse com um sorriso e beijei-lhe o maxilar, deitando novamente a minha cabeça no ombro do King - Por isso podemos combinar aqui e depois lá em minha casa. - olhei para ele com um sorriso e dei-lhe a mão.

Sorri levemente quando ela disse que os meus irmãos eram o melhor remédio para me animarem. - Eu gostava de combinar em tua casa - disse - eu sei que pode não ser o melhor a fazer - olhei-a - por causa do teu irmão, ele pode não gostar, mas... eu estou farto de estar aqui, eu vou ficar ainda mais maluco se continuar aqui preso. - suspirei passando a mão livre pela cara.

- O meu irmão vai adorar a ideia. - dei-lhe um beijinho na bochecha e sorri antes de voltar a deitar a minha cabeça no ombro do King - Eu depois falo com ele, para combinar a nossa ida lá e para ele arranjar maneira dos teus irmãos irem também. - rocei o meu nariz no pescoço dele ao mesmo tempo que sorria. Estava ansiosa por termos uma vida fora da clínica, aquilo que sempre tínhamos querido.

Sorri levemente encostando a minha cabeça à dela e abracei-a - obrigado - murmurei fechando os olhos com um suspiro. - Não me deixes perder a cabeça - pedi baixinho passando as mãos pelas costas dela - Eu prometo que vou tentar controlar-me - prometi abraçando-a com força. Se acontecesse alguma coisa nesta altura, eu sabia que não ia mesmo conseguir sair.

- Eu não vou deixar. - disse-lhe com um sorriso e estiquei-me até lhe beijar a bochecha de novo - E meti-me à tua frente, não foi? Para não te deixar perder a cabeça. - abracei o King com força, colocar os meus braços à volta do pescoço dele para o puxar mais para mim - Eu sei que vais e vais conseguir controlar-te. - dei-lhe um beijinho na ponta do nariz e sorri novamente - Eu estou aqui para tomar conta de ti.

Assenti com a cabeça encostando a minha cabeça ao seu ombro quando ela me abraçou com força e abracei-a da mesma forma. - Eu sei, se bem que preferia que não o tivesses feito - encolhi os ombros. Aquilo parecia contraditório, estar-lhe a pedir ajuda e nega-la ao mesmo tempo, o meu medo era magoa-la, mas disso já tinhamos falado. Assenti com a cabeça - eu vou.

- Não interessa, consegui fazer com que não te passasses e fizesses uma asneira, é isso que importa. - dei-lhe um beijinho na testa enquanto o continuava a abraçar com força e deitei a caminha cabeça no ombro do King de seguida - Vamos dar um passeio, era o que vinhamos fazer antes de sermos interrompidos. - levantei-me e estiquei as mãos para que ele também se levantasse - E vamos deixar de falar disto.

Levantei-me agarrando-lhe na mão e puxei-a para que continuasse agarrada a mim. Pareciamos duas lapas agora, mas era o que eu precisava. - Vamos - disse determinado a acabar com aquela conversa - vamos falar sobre o casamento do teu irmão - olhei-a - ele já sabe as datas? - perguntei - tens que ir à cidade comprar um vestido para ti, aposto que vais ser lá aquela coisa - encolhi os ombros.

- Hm.. acho que é daqui a dois meses. - disse pensativa - A Laurel falou-me disso quando lá estivemos. - disse com um sorriso todo feliz. Ainda bem que o meu irmão e a Laurel tinham finalmente resolvido as coisas todas e estavam juntos e felizes, eles mereciam e já estava na altura. Ri-me com o que o King disse e dei-lhe um encontrão na cintura - Quem te ouvir falar parece que eu passo a vida nas compras a comprar vestidos de festa.

Encolhi os ombros - estou só a dizer, não vais com um vestido velho para o casamento do teu irmão de certeza -disse com um sorriso. Dei-lhe a mão e beijei-a - pelo menos eu não ia gostar que fosses com um vestido velho para o nosso casamento - olhei-a com um meio sorriso - pelo menos um vestidinho branco, assim já ficava feliz. - ri-me.

- Claro que vou comprar um novo mas não sou assim muito esquisita. - deitei-lhe a língua de fora e agarrei-me melhor ao braço do King - Tu também tens de comprar um smoking. Ficas tão sexy com um. - disse mordendo o lábio inferior - Estavas mesmo lindo na festa lá em casa. - disse-lhe sinceramente e mordi-lhe o braço com pouca força.

-Ninguém disse que eras esquisita - disse com um sorriso enquanto a olhava andando a um passo calmo. Ri-me olhando para a minha roupa que era tudo menos um smoking agora - eu não gosto, parece que estou preso - fiz uma careta mas encolhi os ombros - eu faço tudo por ti, por isso não me importo - beijei-lhe os lábios.

- Eu sou esquisita mas tu gostas de mim na mesma. - disse com um sorriso e pisquei-lhe o olho. Ri-me com o que o King disse e assenti com a cabeça, colocando os meus braços à volta do pescoço dele assim que ele me beijou - É só por pouco tempo e é um dia, tens de ir todo jeitoso ao casamento. - mexi as sobrancelhas antes de me esticar para o voltar a beijar - E eu também faço tudo por ti porque te amo muito, franguinho.

-Eu sei - disse e encolhi os ombros - eu também não podia ir com esta roupa - apontei para a roupa que mais parecia um fato de treino. Beijei-lhe os lábios depois de me dizer de novo que me amava e sorri-lhe, lembrando-me do nada de alguma coisa - vai haver muita gente não vai? - perguntei. Respirei fundo e suspirei tudo de seguida passando uma mão pela outra - detesto muitas pessoas.

Ri-me olhando para a roupa do King e assenti com a cabeça - Não convêm, ias parecer um sem abrigo. - beijei-lhe o maxilar e voltei a dar-lhe a mão, encolhendo os ombros com a sua pergunta - Acho que não. - pus-me a pensar - O Oliver apesar de tudo não gosta de coisas muito grandes nem a Laurel. Por isso quase de certeza que vai ser só família. - encolhi os ombros de novo - Uns quantos amigos mas nada mais.