Jardim

Abanei a cabeça quando ele disse que era no passado - Não, King. Ele ainda te vê como o irmão mais velho e a pessoa que ele quer ser no futuro. Só está chateado com tudo o que aconteceu, é normal. É adolescente, tem as hormonas ainda mais descontroladas. - fiz-lhe uma festinha na bochecha enquanto nos beijávamos e sorri contra os seus lábios - Só para ti. - voltei a beijá-lo e sorri - Amo-te.

Pensar que aquilo era verdade animava-me, claro, mas a raiva que ele tinha não o deixava pensar assim agora, tinha-lhe tirado tudo, como é que ele podia ver-me como uma pessoa que queria ser no futuro? Só esperava que não fosse como eu, acabava preso ou num hospital psiquiatrico.
Sorri quando me disse que me amava, outra coisa que eu não percebia como, mas acreditava. - Eu também te amo Phoe - murmurei roçando os meus lábios nos seus.

Mordi-lhe o lábio inferior quando roçou os nossos lábios e cheguei-me mais para ele. Sorri-lhe e dei-lhe um beijinho no maxilar, passando de seguida a pontinha dos dedos pelo seu pescoço - Eu sei, franguinho. Tu amas-me desde o dia em que te salvei daquele gordo nojento e me entraste pelo quarto adentro todo mocado. - mordi-o e sorri - Só te dão drogas fixes a ti.

Passei as pontas dos dedos pela sua bochecha e ri-me quando começou a ralatar o nosso primeiro encontro. - aquela não era fixe, já me deram melhores para não stressar. Mas sempre podes experimentar portar-te mal, pode ser que assim também te dêem - levantei uma sobrancelha - há uma que te deixa a ver tudo com cores mais fixes.

- As minhas drogas não serviam para nada, nem me metiam a dormir. - disse amuada e agarrei-me mais a ele, encostando a cara na curva do pescoço do King. Dei-lhe um beijinho no mesmo e sorri - Se calhas estavas com uma dessas drogas quando fizemos sexo na primeira vez. - semicerrei os olhos - Mudaste de ideias muito de repente, devia ser das drogas fixes.

-Eu meto-te a dormir, não precisas dessas drogas para nada - beijei-lhe o pescoço. Revirei os olhos com o que ela disse. - Não estava drogado quando fizemos sexo, estava muito bem e lúcido. - resmunguei ligeiramente, cruzando os braços como se estivesse amuado, levantando o olhar para ela, ainda com uma cara insatisfeita.

- Pois metes, não preciso das drogas. - disse com um sorriso e dei-lhe um beijinho no maxilar. Mordi o lábio quando ficou todo amuado e toquei-lhe no queixo até virar a cara dele para mim e beijei-lhe os lábios, sorrindo contra os mesmos - Eu amo-te, King. E - ri-me - adorei que me fizesses a vontade dessa vez e de todas as outras.

Levantei a cabeça quando me obrigou e dei-lhe um beijinho, agarrando-a depois melhor para a conseguir beijar como deve de ser. - Eu também adorei - ri-me baixinho roçando os meus lábios nos seus - tive medo de te magoar. - admiti - pareces tão frágil - murmurei passando as mãos pelos seus braços.

Ri-me e assenti com a cabeça - Claro que adoraste, eu percebi. Com tantos "és tão apertadinha" dava para perceber que estavas a gostar. - mordi-lhe o maxilar e sorri contra o mesmo. Senti a pele do meu braço arrepiar com o seu toque e encostei-me melhor a ele - Eu não sou frágil, não tens de ter medo.

Revirei os olhos com um sorriso e roubei-lhe um beijo enquanto abanava a cabeça - isso não é verdade, só disse uma vez - ri-me puxando-a mais para mim - mas é verdade, ainda és apertadinha - passei a mão pela sua bochecha - para mim és. - sorri leve quando disse que não era frágil e abanei a cabeça - és sim.

- Foi mais do que uma. - disse rindo-me e rocei o nariz no pescoço do King. Sorri quando me deu uma festinha na bochecha e beijei-lhe o maxilar - Eu gosto de ser apertadinha para ti. Faz parecer.. que foste o único. - sorri levemente - Não importa, porque és o único. O único que importa a sério.

Mordi o lábio com um sorriso e abanei a cabeça, encostando a mesma ao seu ombro enquanto olhava para o jardim do hospital, como eu dava tudo para ver outra paisagem... Apenas levantei a cabeça quando ouvio que ela está a dizer - Não importa mesmo, eu fui o único - murmurei roçando os meus lábios nos seus - fui eu o demónio que te tirei a pureza toda -ri-me baixinho, roçando os meus lábios nos seus.

Ri-me com o que ele disse e assenti com a cabeça. Meti-me no colo dele com uma perna de cada lado do seu corpo e beijei-lhe o maxilar todo - Sim, foste tu o demónio, só tu é que contas. Eu amo-te. - disse com um sorriso enquanto subia os meus dedos até ao seu cabelo e os entrelaçava no mesmo.

Estiquei a cabeça como se fosse um gatinho, enquanto ela beijava o meu maxilar e suspirei com um sorriso, passando as mãos pela sua cintura. - Sò eu - murmurei beijando-a. Para mim ela era uma rapariga normal, normal num sentido especial, era minha por isso não podia ser totalmente normal, o que eu queria dizer era que, não me fazia diferença o que lhe tinha acontecido, não me metia nojo como ela pensava, ela era perfeita.

Assenti com a cabeça ainda a sorrir e pousei-a mo ombro do King, sorrindo à medida que passava a pontinha dos dedos pelo seu pescoço - Eu amo-te, frango. És perfeito para mim mesmo que penses que não. Eu amo-te a ti, assim. - beijei-lhe o maxilar e aninhei-me contra o peito dele - És meu.

Fiquei de olhos fechados enquanto ela passava as mãos pelo meu pescoço e sorri quando me disse que me amava e que era só dela. Abracei-a com força mordendo-lhe a bochecha depois dela se aninhar - Se eu não te tivesse fazia tudo por ti - ri-me baixinho com a minha lamechice e beijei-a de novo.

Afastei a minha bochecha dos dentes dele enquanto sorria e continuei com as festinhas no seu cabelo. Sorri com o que ele disse e aninhei a cara na curva do pescoço do King, beijando o mesmo de seguida - Eu acho que fiquei apaixonada por ti logo naquele dia em que nos conhecemos. Apesar de tu seres mau para mim e tudo o mais, acho que fiquei logo caidinha por ti.

Encolhi-me quando me beijou o pescoço e fechei os olhos - eu só queria afastar-te para te proteger mas tu és teimosa e não tens medo de nada - dado a história dela, acho que não valia a pena ter medo de mim naquele estado em que vim para cá, tinha sido horrível, mas também tinha sido um alívio, ninguém sabia o que eu tinha passado na prisão, nem eu queria falar disso. Levantei o olhar para ela de novo e beijei-a com um sorriso e ia falar, mas fomos interrompidos.
- Tens visitas. - informou uma enfermeira que olhou de lado para nós os dois, por estarmos tão juntos.

Ri-me com o que ele disse da minha teimosia e assenti com a cabeça - Eu sou muito teimosa e quando gosto mesmo de alguém, não desisto. - rocei os nossos lábios e sorri-lhe. Afastei-me ligeiramente do King quando uma enfermeira chegou e sai do colo do King para que ele se levantasse - Eu disse-te. Eles vieram.

Senti o meu coração bater a mim, mas isto já tinha acontecido, uma vez tinha tido uma visita e era só a mulher que tratava do meu processo na prisão, ela vinha-me ver todos os meses. Mas este mês já tinha vindo. Levantei-me agarrando na mão de Phoe e apertei-a ao de leve, engolindo em seco. - São os meus irmãos. Já? - a enfermeira sorriu levemente e assentiu. Mordi o lábio para impedir um sorriso de orelha a orelha e olhei para Phoebe - eles vieram rápido.

Encostei-me ao King e deixei-me ficar de mão dado com ele enquanto voltávamos atrás da enfermeira para dentro da clinica, para irmos ver os irmãos do King. Sorri quando ele ficou todo admirado por ser tão rapido e assenti com a cabeça - Eu disse-te que eles tinham saudades tuas e vinham rápido.

Sorri apertando-lhe a mão e assim que a enfermeira nos deu passagem para a zona de visitas e eu os vi, larguei-a para agarrar na minha irmã, que me saltou para o colo. - Tem cuidado Glory - ri-me beijando-lhe a bochecha. Tinha tantas saudades dela.
-Tinha saudades tuas - disse ela num tom triste - viemos cá duas vezes mas tu não quiseres ver-nos.. porque é que não nos quiseste ver? - perguntou-me e eu teria respondido se não tivesse olhado para Daniel e o visse com um olho negro, e bem negro.

Sentei-me num dos sofás enquanto o King se aproximava da familia e sorri enquanto olhava para eles. Queria dar-lhes espaço mas também não queria ir para muito longe.
Sorri ainda mais quando a Glory foi agarrar-se ao King. Ela era adorável e senti o coração apertado com a pergunta dela. Parte daquilo era culpa minha. Grande parte.
Desviei a cara para o Dan por ele estar demasiado calado e abri a boca, levantando-me de repente - O que te aconteceu? - perguntei baixinho.

Daniel olhou-nos aos dois e como Phoebe perguntou primeiro, eu apenas fiquei à espera da resposta. Ele pareceu perceber e encolheu os ombros - caí no treino - ele andava no rugby e agora não sabia, mas antes ele era bastante bom.
-Oh por favor - revirei os olhos - estás a dizer-me isso a mim? - perguntei-lhe de sobrancelha levantada. Ele revirou os olhos tal como eu e baixou a cabeça meio amuado, mas apercebeu-se da figura que estava a fazer à frente de Phoebe e endireitou-se, clareando a garganta. Fiquei a olha-lo e ele suspirou.
-Andei à porrada com uns gajos - disse mais baixo.

Toquei no queixo do Daniel para que ele virasse a cara para mim e passei a ponta dos dedos ao de leve pela negra que ele tinha no olho. Mordi o interior da bochecha quando ele finalmente admitiu que tinha andando à porrada e não consegui ficar sem lhe dar festinhas no cabelo - O que se passou? - ele fazia-me tanto lembrar o King. Era como pensar no King quando era mais novo, era impossivel não ser querida com ele e dar-lhe os mimos que daria ao King se ele estivesse naquele estado. Quer dizer, não todos os mimos mas alguns dos mimos.