Jardim

Assenti com a cabeça e levantei-me do sofá, puxando-o para que fizesse o mesmo - Sim, vamos para o quarto para tu descansares um bocadinho. - dei-lhe a mão e conduzi-o de volta para o seu quarto. Fechei a porta quando lá chegámos e sorri - Correu bem, apesar de tudo. Eles querem ver-te e vêm mais vezes. Eu disse-te.

Sorri quando percebi que ele gostava e como sempre, fiquei caladinha enquanto íamos para o jardim. Já conhecia aquilo tudo de cor, mas gostava de apreciar na mesma. Fechei os olhos com um suspirinho ao sentir o sol embater-me na cara e assim que a cadeira parou, abri-os, vendo já Ethan à minha frente. Mordisquei o meu lábio de forma nervosa, mas acabei por agarrar na sua mão, fazendo força para me levantar.

Agarrei-lhe nas mãos e puxei-a, ajudando-a a levantar-se. Passei as mãos pelas suas costas e baixei a cabeça até a beijar, sorrindo levemente contra os seus lábios. - vais estar sempre comigo não vais? - perguntei baixinho - não te zangues. - olhei os seus olhos afastando-me um bocadinho, mas agarrado às mãos dela.

Agarrei-me a Ethan depois de já estar de pé, para não cair e rodeei o seu pescoço com os meus braços, sorrindo ao sentir os seus lábios nos meus. Levei as mãos ao seu cabelo, fazendo-lhe festinhas e beijei-o também. Encostei a minha testa à sua, quando o beijo cessou, e abri os olhos para olhar os seus.
- Vou, eu vou estar sempre contigo.- murmurei baixinho e rocei o meu nariz no seu.- eu não consigo estar sem ti, fico ainda mais maluca.- suspirei, tendo vontade de chorar só de imaginar, mas controlei-me, endireitando-me quando ele se afastou. Respirei fundo, olhando para os meus pés e concentrei-me, tentando começar a movê-los.

Mordi o lábio para parar de sorrir e fiquei a olhar para os seus pés. Ela estava melhor, eu sabia que estava a fazer as coisas bem, porque ela estava melhor. - Não tenho pressa, podes ter calma - garanti-lhe - mas convinha que te enconstasses a mim, para eu dançar contigo. - sorri.

Subi o olhar para ele mal ele falou e levantei ligeiramente as sobrancelhas com um sorriso entusiasmado.
- Vamos dançar? - perguntei enquanto mordiscava o lábio e tentei apressar-me a chegar até ele. Soltei um guinchinho quando quase ia tropeçando por causa da pressa e decidi ter mais calma, acabando por conseguir. Encostei a cabeça no seu peito, rodeando a sua cintura e fiquei completamente encostada a ele.- já podias ter dito que era para estar encostada a ti.- sorri marota.- eu gosto de estar assim.

Arregalei os olhos quando ela tropeçou, mas rapidamente se agarrou a mim e sorri levemente, abraçando-me ao seu corpo quando conseguiu -tens que ter mais calma, não é suposto tropessares - ri-me baixinho passando as mãos pelas suas costas - sim, vamos dançar - murmurei roçando os meus lábios nos dela e juntei o seu corpo ao meu.

Mordi o lábio, acabando por me rir também e roubei-lhe um beijinho, agarrando-me ao seu pescoço.
- Eu sei que não, mas eu queria chegar rápido ao pé de ti.- sorri inocentemente e colei os meus lábios aos seus.- duvido que seja possível dançares comigo.- falei contra a sua boca.- os meus pés não descolam do chão.- fiz uma careta.

Levantei uma sobrancelhe quando disse que duvida que fosse possivel dançar com ela e abanei a cabeça. Agarrei-lhe na cintura e numa mão começando a dançar devagarinho - tu pensas que estou a dançar contigo porquê? É para os descolares - dei-lhe um beijinho, encostando a minha testa à dela.

Mordi o lábio ao ver a sua cara a olhar para mim e baixei o olhar para os meus pés, ao mesmo tempo que sentia a sua mão agarrar na minha. Assenti, respirando fundo e quando ele começou a dançar, tentei imitá-lo. Os meus pés pareciam feitos de chumbo, literalmente, era preciso uma grua para os conseguir descolar do chão cada vez que queria. Respirei fundo, concentrando-me e quando consegui, olhei-o com um sorriso rasgado.
- É assim, não é?

Ri-me do seu sorriso e assenti com a cabeça, dava um passo para a frente, para trás, para os lados, sempre parando para que ela se conseguisse movimentar também e quando comecei a ser mais rápido, subi o olhar para os seus - tu sentes? A relva? - perguntei fazendo-a deitar-se na mesma.

Agarrei-me a ele, tentando acompanhar todos os seus passos, mais devagarinho claro, mas consegui tudo. Eu estava a ficar melhor, e tudo graças a ele. Olhei-o quando também me olhou e encolhi ligeiramente os ombros.
- Só sinto um bocadinho.- murmurei.- não é muito, mas faz um bocadinho de cócegas.- sorri e agarrei-me aos seus braços, sentindo as minhas costas embaterem no chão.

Deitei-me ao seu lado, virando a cara na sua direcção olhando-a - mas consegues, é isso que interessa - murmurei mordendo o lábio - e mais uma vez... devias ir para a fisioterapia, eles iam ajudar-te - encolhi os ombros e olhei para o céu, não havia nuvens, estava um dia de praia autêntico só com o calor que se fazia sentir.

Virei a cara para ele, dirigindo-lhe um pequeno sorriso e acabei por me virar para ele, tentando puxar o meu corpo para junto do seu. Quando consegui, abracei-me a ele e encostei a minha cabeça no seu peito com um suspiro. Se calhar ele tinha razão e, talvez desta vez eles me ajudassem mesmo.
- Eu vou falar com a Anne.- disse baixinho com um encolher de ombros.- vou pedir-lhe que me arranje um que me ajude.

Sorri quando cedeu e beijei-lhe a testa, abraçando-a com força - eu quero ajudar-te e estou a tentar, mas eles são experientes, eles sabem o que podes ou não fazer e desta vez não te vão virar costas se lhes mostrares que consegues dar dois passos agarrada a alguma coisa. Eu vou contigo e tudo - beijei-lhe a testa.

Dei-lhe um beijinho no braço, aconchegando-me mais nele e assenti, ouvindo tudo o que ele dizia com atenção. Eu gostava tanto de sentir que ele se preocupava, pelo menos ele fazia-o, e era bom. Fiquei mais alerta quando ele disse que ia comigo e olhei para cima, para os seus olhos, agarrada à sua camisola.
- Vais mesmo? - perguntei, como se fosse uma criança.

Olhei-a quando ficou preocupada e assenti com a cabeça durante alguns segundos - sim, eu vou contigo - beijei-lhe a bochecha e sorri, abraçando-a e fechando os olhos. Não gostava de estar longe dela, por isso mesmo se me mandassem para a rua eu ia gritar e dar murros até estar com ela, pelo menos a vê-la.

Sorri muito, escondendo a cara no seu pescoço, dando-lhe um beijinho lá e sentindo o seu beijinho em toda a parte.
- Se eles não te deixarem ficar comigo, eu recuso-me a fazer seja o que for.- disse muito decidida.- ou te deixam entrar ou eu não saio da cadeira.- disse com cara de má, apesar de ele não ver.

Ri-me com o que ela disse e abanei a cabeça - não podes Franckie, tens que ficar boa para conseguires dançar comigo, preferes que eu esteja lá a dançar comigo? - perguntei tentando olha-la, passando as mãos pelas suas bochechas. - eu prefiro dançar contigo.

Levantei o olhar para ele, quando ele falou comigo e fiquei a olhá-lo, encostando mais a minha cara às suas mãos.
- Eu quero dançar contigo.- disse baixinho com um suspiro.- mas também quero que eles deixem, eu só consigo contigo.

-E eles vão deixar - murmurei olhando os seus olhos e aproximei a boca mais da dela, beijando-a ao de leve - e se não deixarem eu tento que deixem, mas se não deixarem mesmo - suspirei pensando na pior das hipoteses - eu fico à tua espera por de trás da parede. - sorri.

Levei a mão à sua bochecha, acariciando-o enquanto o beijava e sorri depois contra os seus lábios, assentindo ao que ele disse. Ele fazia-me sentir bem só com as coisas que dizia, aliás, só ele fazia-me sentir bem.
- Obrigada Ethan.- murmurei com um sorriso.- por estares sempre comigo.

Encolhi ligeiramente os ombros quando me agradecer por estar sempre com ela e voltei a desviar o olhar para o céu, conseguia lembrar-me da chuva que me tinha feito passar frio durante horas a fio - eu não estou sempre contigo - lamentei-me com um suspiro.

Suspirei baixinho com o que ele disse e estiquei-me até conseguir chegar à sua bochecha, dando-lhe um beijinho.
- Estás sim.- murmurei.- esquece aquilo, está bem? Ninguém nos vai separar mais.- abracei-me a ele.

Suspirei quando me pediu para esquecer aquilo e vire a cara para outro lado, ninguém nos tinha separado, tinha sido apenas eu. Eu e as minhas maluqueiras na cabeça. Não me controlava, não conseguia, não era o meu corpo que comandava. Abracei-a quando a senti abraçar-me e suspirei - não consigo controlar-me - murmurei sentindo uma lágrima cair em cima da bochecha dela - é como se eu fosse o espectador. É assustador - disse no mesmo tom.