Hospital 'Los Angeles Union'

Passei as mãos pela cara, com a cabeça a andar à roda e fechei os olhos, encostando-me à parede. Detestava esperar, principalmente numa situação destas, só ficava pior. Suspirei indo sentar-me de novo e encostei a cara às minhas mãos batendo com um pé no chão. Tinha que falar com o Alec, pelo menos avisa-lo, mas tinha medo de que se fizesse isso ela ainda ficasse pior.

A enfermeira voltou a conduzir a minha cadeira de rodas para fora do gabinete, para a zona onde o Cale estava à espera. Estiquei a mão para ele e sorri-lhe. Precisava de o acalmar enquanto esperavamos pelos resultados e depois disso também. Odiava tanto vê-lo assim.
- Já fiz tudo, agora só temos de esperar.

Levantei a cabeça quando ouvi a porta a abrir e estiquei-me todo até ela, puxando eu próprio a cadeira de rodas, até a abraçar com muito cuidado. Assenti com a cabeça e desci a mão até à sua barriga, dando-lhe festinhas na mesma - como é que te sentes agora? - perguntei baixinho, fechando os olhos enquanto a sentia ali e por perto, só queria sentir isso neste momento.

Agarrei-me a ele e abracei-o com força assim que ele me puxou para si. Olhei para a minha barriga quando me fez festinhas na mesma e sorri - Sinto-me bem, Cale. Nós estamos os dois bem, isto não é nada. - assegurei-lhe com um sorriso e voltei a agarrar-me bem a ele e dei-lhe um beijinho no maxilar.

-Não foi isso que pareceu quando quase desmaiaste - disse baixinho, fechando os olhos com um suspiro depois do seu beijinho. - Podes vir para o meu colo? - perguntei olhando para a cadeira, estava todo corcunda, não que me importasse, mas preferia que ficasse encostada a mim, assim conseguia sentir que estava comigo.

- Foi uma coisa de nada. - disse-lhe. Assenti com a cabeça e levantei-me devagarinho da cadeira de rodas para me sentir no colo do Cale com a cabeça encostada ao seu peito - Quero miminhos teus. E o Jace também. - olhei para ele e sorri - Temos saudades tuas e só foi um bocadinho.

Ajudei-a quando se levantou e puxei-a logo, com calma, para o meu colo, encostando a cabeça ao seu ombro, abraçando-a com força - então não me deixem mais à espera, eu quero saber o que tens. - disse baixinho - quero estar convosco - passei a mão pela barriguinha dela com um meio sorriso.

Encostei-me a ele e dei-lhe festinhas no cabelo, como adorava fazer-lhe. Assenti com a cabeça e baixei o olhar para a minha barriga quando o Cale fez festinha na mesma e o Jace deu um pontapé - Agora só temos de esperar pelos resultados e vais ver que eu não tenho nada. - virei a cara para ele e beijei-lhe a bochecha.

Fechei os olhos quando me começou a dar festinhas no cabelo, para além de gostar aquilo acalmava-me. Encostei a cabeça ao seu ombro e abracei-a com força para que ela não fugisse de mim "outra vez." - Sim, mas... falta muito para saber? - perguntei, na verdade queria era sair dali, não gostava de hospitais, faziam-me impressão.

Encolhi os ombros com a pergunta dele - Não sei. A médica disse que não demorava mas que também não era assim tão rápido. - dei-lhe um beijinho na testa e voltei a sorrir quando senti o Jace remexer-se mais uma vez - Vá, agora vamos falar de outra coisa. O Jace está a virar jogador de futebol.

-Mas... - suspirei e olhei para a sua barriga sentindo Jace remexer-se - está a magoar-te? - perguntei dando-lhe festinhas com as pontas dos dedos, olhando para ela - E agora? o que vamos fazer? - perguntei baixinho - não consigo estar aqui à espera em fazer nada - admiti baixando o olhar para a minha mão.

Abanei a cabeça quando o Cale perguntou se o Jace me estava a magoar - Eu já me habituei a ele estar muito irrequieto. - sorri e rocei os meus lábios no seu maxilar - Sai ao pai. - olhei para ele quando disse que não conseguia estar ali à espera sem fazer nada e tentei pensar no que podiamos fazer - O que é que queres fazer? Ir dar uma volta aqui pela zona?

Sorri levemente quando disse que já se tinha habituado e continuei a olhar para as minhas mãos e a dar-lhe festinhas, pelo menos já o conseguia sentir - mas diz se ele te magoar. - olhei-a - eu ralho com ele. - resmunguei acabando por sorrir um bocadinho. - Vamos só ao jardim, não quero sair do hospital - agarrei nela ao colo colocando-a de novo na cadeira.

Abanei a cabeça enquanto sorria - Não precisas de ralhar, ele porta-se bem. - olhei para a minha barriga e dei uma festinha na mesma. Agarrei-me ao pescoço do Cale quando me pegou ao colo e ajeitei-me assim que me sentou na cadeira de rodas - Não podemos ir para muito longe por causa dos resultados. - relembrei-o.

-Espero que sim, nisso sai a ti - sorri agarrando-me à sua cadeira. Não precisava de olhar para as placas para saber o caminho da saída, eu andava sempre a cair quando era miúdo, passei muitas vezes pelo hospital. - Eu sei, é só ali a baixo, durante um bocadinho - disse suspirando quando senti o ar fresquinho.

- Tu também te portas bem. - disse com um sorriso enquanto virava a cara para cima para o conseguir olhar. Assenti com a cabeça e sorri assim que saímos do hospital para o jardim que se encontrava dentro das instalações - Não estejas preocupado. - pedi-lhe com um suspiro - Eu não sou de vidro, eu sou forte.

-Ás vezes - sorri um bocadinho enquanto olhava em volta, aqueles jardins do hospital pareciam que estavam sempre iguais. Abanei a cabeça quando disse que não era de vidro - és de cristal - disse baixinho. Era impossível não me preocupar, tinha o meu coração aos pulos e a minha cabeça só tentava imaginar o que é que ela poderia ter.

- Portaste sempre. - corrigi com um pequeno sorriso. Olhei em volta e fiz uma pequena careta porque os jardins dos hospitais eram todos iguais e estranhos, nada se comparava aos jardins grandes e aos parques. Estiquei a mão para ele e virei a cara para o conseguir olhar - Cale, não tens de te preocupar tanto. Eu não parto. Eu sou forte.

Encolhi os ombros sorrindo sem vontade e suspirei, sentando-me num banco e puxando a cadeira para perto de mim enquanto a olhava - tu dizes isso, para eu não me preocupar, não é? - perguntei olhando os seus olhos e não deixei que ela respondesse - mas também estás com medo, eu vi lá na sala.

Olhei para ele quando se sentou no banco do jardim e me puxou para ele pela cadeira de rodas. Abanei a cabeça para lhe responder - Não é para te descansar é porque eu sei que tenho razão. Cale, eu sobrevivi a um incêndio, eu já passei por muita coisa, eu não sou de vidro. - apertei a mão dele na minha - Eu tenho medo pelo Jace e por ti. - fiz-lhe festinhas - Não gosto de te ver assim e não quero que lhe aconteça nada.

-Isso não quer dizer nada, se te acontecer alguma coisa... - baixei logo o olhar e parei de bater a perna respirando fundo enquanto lhe dava festinhas na mão que ela me tinha dado - mas tu não sabes se vais ficar bem - levantei o olhar e engoli em seco - só quero que estejas bem. Tu e ele. - beijei-lhe a testa.

- Não me vai acontecer nada. - interrompi-o logo. Cheguei-me mais para ele, o máximo que conseguia e estiquei-me toda até lhe conseguir beijar o maxilar - Eu vou ficar bem e o Jace também. - disse-lhe com um sorriso. Toquei-lhe no queixo para que me olhasse - Eu não disse que iamos ficar todos juntos? Que eu saiba ainda não deixei de cumprir nenhuma promessa que te tenha feito..

Levantei o olhando quando me obrigou a olha-la e assenti à sua pergunta, suspirando logo de seguida - eu sei - murmurei engolindo em seco, puxando a cadeira mais para mim e esticando-me até a abraçar - vamos para lá para cima outra vez, é melhor, antes que te chamem - levantei-me, agarrando na sua mão e dando-lhe um beijinho, antes de a conduzir.

Abracei-o com força e dei-lhe um beijinho na bochecha antes de me voltar a sentar direita na cadeira de rodas assim que ele se levantou. Assenti com a cabeça e olhei-o - É melhor, os resultados já devem estar quase a chegar. - deixei-me ficar sossegadinha e calada enquanto o Cale me levava de novo para dentro do hospital. Passei os dedos pela minha barriga e fiz festinhas ao Jace.

Assenti com a cabeça quando a ouvi e apertei as mãos na cadeira enquanto fazia aquilo andar, se antes estava nervoso e preocupado, agora estava mais, a cada segundo estava mais. Engoli em seco e mordi a parte de baixo do lábio, não valia a pena ela pedir-me para ficar calmo, porque desta vez eu não conseguia, era a vida deles os dois, as únicas coisas que eu tinha mesmo. Eles tinham que estar bem para eu estar bem.