Jardim

Mal o ouvi chamar-me de princesa, não consegui não sorrir que nem uma parvinha, o que fez com que as minhas bochechas fervessem, levando-me a esconder a minha cara no seu pescoço.
- Amor..- disse baixinho em forma de resmungo, por ele me meter naquele estado. Arregalei os olhos de repente quando senti a cadeira mover-se muito rápido e quando levantei a cabeça, olhei-o abanando a cabeça para responder à sua pergunta.- eu nunca gostei muito desta cadeira.- encolhi os ombros.- ter de andar com ela já era castigo suficiente.- disse.- vamos repetir?

Ri-me quando ficou toda envergonhada e parei por momentos abraçando-a depois de lhe dar um beijinho nos lábios - és a minha princesa - disse-lhe - só quero sair daqui contigo - disse olhando para as grades da clinica e encolhi os ombros voltando a pôr as mãos nas rodas - vamos repetir - disse voltando a ganhar velocidade.

Levantei o olhar para Ethan assim que senti os seus lábios nos meus e levei uma māo à sua bochecha, acariciando-lhe a mesma com as pontinhas dos dedos. A cada palavra sua, mais eu sentia as minhas bochechas ferverem.
- E tu és o meu príncipe.- disse com um sorriso todo apaixonado.- eu só me vou embora quando fores comigo, ninguém nos vai separar.- disse, abraçando-me ao seu corpo e por momentos lembrei-me das palavras da sua māe, o que me fez sorrir. Voltei a encostar-me a ele assim que disse que íamos repetir e ri-me baixinho, assentindo.

-Como é que tens tanta certeza? - perguntei mordendo o meu lábio inferior depois de já estarmos de novo na parte de baixo - estás a melhorar, provavelmente ainda vais melhorar mais e vão mandar-te embora mal fiques boa - olhei-a.- A mim todos dizem que eu não estou a melhorar, só a Anne é que disse que sim. - encolhi os ombros - mas ela é minha tia.

Assim que chegámos novamente ao fim da rampa, eu endireitei-me no colo de Ethan, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Era impressionante como ele tinha transformado a cadeira numa coisa boa e divertida. Desviei o olhar assim que o ouvi falar e juntei as sobrancelhas, abanando a cabeça.
- Eu vou esperar por ti.- murmurei.- não me vão afastar de mim nem me vão por daqui para fora sem ti.- abracei-me a ele.- tu estás a ficar melhor, mase for preciso, eu sei fingir que estou mais maluca.- encolhi os ombros.- só não vou deixar que nos separem.

Abanei a cabeça e encolhi os ombros - estou aqui à seis anos - disse-lhe com um suspiro - quem te garante que não vou ficar mais - olhei para ela abraçando-a com força - a minha mãe pode querer-me aqui - mordi a parte de dentro da bochecha com força até fazer sangue - ela nunca quis ter trabalho

Juntei as sobrancelhas com as coisas que ele dizia e abanei a cabeça, passando as pontinhas dos meus dedos pelas suas costas, dando-lhe miminhos.
- Tu vais sair daqui, eu acredito em ti, tu estás a ficar melhor.- murmurei e assim que o ouvi falar da sua mãe pensei se não seria uma boa altura de começar a abordar aquele assunto.- não acreditas que ela possa ter mudado? - perguntei, encostando a minha cabeça à sua.- eu não a conheço, mas não acreditas que ela se tenha arrependido do que te fez? - perguntei baixinho.

-Eu ontem tentei esfaquear a minha irmã morta com uma tesoura - disse estremecendo ao lembrar-me - eu estou na mesma - mordi a parte de dentro da bochecha - estou na mesma quando não estou contigo - acabei por sorrir - ocupas-me a cabeça toda. Não dá para pensar noutra coisa. - engoli em seco quando falou da minha mãe e encolhi-me mais na cadeira abanando a cabeça - eu disse-te, eu disse-te o que ela disse de mim - disse agarrando nas rodas andando para a frente e praia trás instintivamente - ela nunca vai gostar de mim. - murmurei desviando a cara quando o meu queixo tremeu.

Assim que o ouvi falar na sua irnā o meu coraçāo apertou-se. Ela tinha aparecido? Como seria de esperar, tinha sido preciso eu afastar-me par isso acontecer.
- Tu não estás na mesma.- abanei a cabeça.- tu estás a ficar melhor.- disse e apesar do meu tom sério nao consegui não sorri com o que ele disse depois,- é por isso que eu não vou sair de ao pé de ti, vais ficar ainda melhor.- murmuri e ia eticar-me para lhe dar um beijinho quando me dei contacdo estadi em que ficara por ter falado na sua mão. Juntei as sobrancelhas, engolindo em seoc e abracei-me ao seu corpo de repente, par que parasse de mexer a cadeira.- eu sei amor, eu sei.- murmurei baixinho, afagando-lhe as costas.- não vamos falar dela.- apesar de precisarmos.- já passou.

-E eu vi a tesoura, eu acho que a matei - continuei baixinho ao lembrar-me da forma como a tesoura tinha ficado espetada na sua barriga. Só despertei quando ela disse que ia ficar sempre comigo e passei os dedos pela sua bochecha - eu era mau quando te conheci - fiz um sorriso maroto. Ainda era assim com as outras pessoas, não confiava em ninguém.
Abracei-a quando me abraçou e encostei a cabeça ao seu ombro - eu só queria que ela me amasse - disse-lhe baixinho.

Não, eu não aguentava, isto era demais para mim. eu sentia uma enorme vontade de lhe dizer que tudo aquilo em que ele acreditava não passava de uma mentira, mas por outro lado, ver o seu estado cada vez que falávamos disto fazia-me perder toda a vontade que tinha de lhe contar.
- Não penses mais nisso.- murmurei baixinho, referindo-me à sua irmã e sorri sem vontade com o que disse depois.- pois eras, mas eu também não era muito simpática.- fiz uma pequena careta, abraçando-o depois com mais força contra mim.- eu sei amor.- disse baixinho com o coração prestes a saltar-me do peito.- eu amo-te, se ajudar um bocadinho.- murmurei depois, baixando os meus lábios até à sua testa.

Levantei o olhar para ela quando disse que me amava e assenti com a cabeça ficando durante uns segundos calado - eu sei - acabei por dizer mordendo a bochecha - mas eu queria que a minha mãe também gostasse de mim - disse baixinho, já nem falava no meu pai, não o via há anos.

Eu não aguentava mais, isto era demais para mim. Sentia o meu coração prestes a desaparecer-me do peito. Eu não estava a ser justa, com nenhum dos dois.
- Eu sei amor.- disse baixinho, encostando a minha cabeça na sua.- eu sei. - suspirei, mordiscando o meu lábio de forma nervosa.- não vamos falar disto.- passei uma mão pelo seu cabelo.- vamos aproveitar que estamos aqui fora para pensar em coisas boas e namorar.

Encostei a cabeça ao seu ombro ficando sossegadinho enquanto ela me dava miminhos, só me endireitando quando disse que era para aproveitar - não queria aproveitar aqui - encolhi os ombros e fui até às grades que nos separavam do mundo real - preferia aproveitar lá fora - disse baixinho.

Sentei-me na cadeira assim que ele se levantou e fiquei a vê-lo aproximar-se das grades, suspirando com o que disse depois. Sim, eu também preferia estar a aproveitar lá fora.
- Eu também.- disse, aproximando-me dele.- mas por enquanto ainda não podemos, por isso, temos de nos contentar com isto.- encolhi ligeiramente os ombros, agarrando-lhe a camisola na parte das costas.- volta para aqui.- pedi.

Fiz o que ela pediu dando-lhe um beijo na testa e abracei-a com força - eu não me contento com isso, eu estou aqui há tempo suficiente para poder sair - disse virando para sairmos dali, não queria estar ali, só me fazia pensar em coisas más. - Vamos namorar para outro sitio.

Sorri mal correspondeu ao meu pedido, voltando para junto de mim, e abracei-me à sua cintura, olhando-o. Suspirei com o que disse.- eu sei amor, eu sei.- Eu percebia-o tão bem. Estava há menos tempo do que ele ali, mas queria tanto como ele sair. Aquilo era uma autêntica prisão, em todos os sentidos. Despertei dos meus pensamentos mal o ouvi dizer para sairmos dali e assenti.- vamos para onde? - perguntei baixinho, encostando a minha cabeça no seu ombro.

Encolhi os ombros para responder à sua pergunta - não sei - murmurei continuando a andar pelo jardim na cadeira de rodas dela - vamos ver se encontramos um sítio escondido no passeio - ri-me ironicamente porque eu sabia que não havia nada disso. Tinha estado aqui tempo suficiente e só tinha conhecido as ruinas e um sitio mais escondido, mas isso já era conhecido, não havia mais nada.

Fiz uma pequena careta, soltando um riso baixo com o que ele disse e encostei a cabeça no seu peito enquanto ele saía do jardim.
- Podemos ir para um sítio escondido que há por aqui perto.- sugeri.- tu já o deves conhecer, mas como nunca estivemos lá..- murmurei, encolhendo ligeiramente os ombros.- só quero é estar contigo.- disse, abraçando-me ao seu corpo com um sorrisinho.

Tinha que sair daquele quarto, já não me estava a sentir nada bem lá enfiado nele, por isso decidi ir até ao jardim procurando discretamente uma rapariga loira com o olhar. Raparigas loiras aqui não faltavam, mas ela era mais bonita. Sorri levemente com o meu pensamento e sentei-me nas escadas que davam para o jardim agarrando-me às minhas pernas e encostando o queixo aos meus joelhos.

Levantei-me do chão e comecei a caminhar para a clínica para voltar para o meu quarto quando vi o Oliver sentado ali perto. Mordi o lábio inferior enquanto pensava se devia lá ir ou não mas encolhi os ombros, acabando por caminhar em direção a ele - Olá. - disse-lhe sorrindo ligeiramente ao mesmo tempo que me sentava ao seu lado na relva - Correu bem a tua visita? - perguntei quando me recordei que as enfermeiras o tinham ido buscar para o levar a ver a família.

Levantei o olhar quando vi uma sombra e sorri levemente ao ver Piper, acho eu. Ajeitei-me na relva quando ela se se sentou ao meu lado e senti-me ficar logo mais animado mordendo a parte de dentro da bochecha enquanto a olhava. Encolhi os ombros quando ela perguntou se a minha visita tinha corrido bem e suspirei baixinho arrancando um pouco de erva. Era nestas alturas que era uma porcaria não conseguir ser quem era antes.

Suspirei assim que o vi triste e encostei-me ao Oliver, agarrando-me ao seu braço - Não faz mal, isso agora não importa. - voltei a meter-me direita para lhe conseguir dar um beijinho no maxilar - Desculpa ter saído do quarto assim mas tu tinhas de ir ver a tua família e as enfermeiras não nos podiam ver juntos porque bem, parece que eu mato pessoas e não me posso aproximar nem toca-las. - encolhi os ombros - Mas se quiseres, posso dar-te uns beijinhos para ver se ficas melhor. - disse com um sorriso bem comportado.

Olhei-a depois de me ter dado um beijinho no maxilar e aproximei-me para a beijar mais uma vez mas ela começou a ffalar. Baixei o olhar por ela ter razão e engoli em seco agarrando-lhe numa mao. Aproximei-me um pouco mais, rindo-me baixo por causa do que ela disse e agarrei-lhe no maxilar subindo-lho e puxando-a para a beijar mais uma vez. Queria que ela ficasse assim para sempre.

Sorri enquanto olhava para o Oliver, para os olhos dele, e assim que percebi o que se ia seguir, cheguei-me mais para ele e fui fechando os olhos. Suspirei assim que os nossos lábios se colaram e puxei-o devagarinho mais para mim enquanto aprofundava o beijo. Ele devia achar que eu era uma maluca. Eu não costumava ser assim mas com ele era diferente, era como se já o conhecesse bastante bem.